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Não tenho conseguido resistir aos chocolates, e não sou fiel a nenhuma marca. Com bolacha, sem bolacha, com avelãs, arroz tufado, simplemente de leite, marcha tudo. Depois das refeições sinto sempre que falta qualquer coisa. Poderia ser uma cenoura crua, mais um bróculo, mas não, falta mesmo um chocolate. Ontem tentei resistir, juro que tentei, fui para a varanda, não para apanhar ar, que isto não vai lá com a cabeça ao vento, mas para ver se a mercearia, do outro lado da rua, já tinha fechado. Eram 22h25 e ainda estava aberta. Peguei na carteira e corri rua fora. Só parei na mercearia, já com o dono a fechar a porta. Perguntei: - "Já fechou?", na esperança que me respondesse - É claro que já fechei, se tinha coisas para comprar tivesse vindo mais cedo, que estamos abertos desde as 7h da manhã. Mas não, o senhor ainda disse: - "Entre e esteja à vontade". E agora, pensei eu, o senhor simpático acabou de me ver correr rua fora para apanhar a mercearia aberta, deixa-me entrar e compro um chocolate? Não, tinha de levar mais qualquer coisa, e que, supostamente, não pudesse esperar para amanhã. A primeira coisa que me veio à cabeça foi tomates. Não que seja grande apreciadora, nem por qualquer razão oculta, mas parque estavam ao lado da prateleira dos chocolates. Claro que o primeiro sítio para onde olhei mal coloquei os meus pezinhos dentro da mercearia foi para a prateleira dos chocolates, para confirmar se ainda continuavam lá. E estavam, os lindos.
No entanto, pensei eu, tomates e chocolates, apesar de até rimar, não parece um motivo urgente, ou algo que não possa esperar para amanhã.
E o que é que não pode esperar? Pensos higiénicos, óbvio. Note-se que tudo isto foi pensado em frações de segundos. No entanto, chocolates e pensos higiénicos poderiam levar o senhor a pensar: - "Contadinha, está com o período, por isso está tão pálida" (mantenho o meu trauma com a palidez). Além de que esta opção lhe iria confirmar o mito (ou não) de que as mulheres quando estão com o período se viram para os chocolates. Papel higiénico foi outro artigo que também me passou pela cabeça, pois acredito que conste do top das coisas que não podem esperar. No entanto, demasiado íntimo para partilhar com o senhor da mercearia. Ainda me arriscava que no dia seguinte me perguntasse:- "Está melhor da barriga?". Não, não, decididamente não, papel higiénico completamentefora de questão. Pasta de dentes foi a minha penúltima opção (mental), mas também poderia suscitar pensamentos como: - "Anda a comer chocolates como se não houvesse amanhã (isto na versão light dos pensamentos, claro) e depois lava os dentes". Não, não, não.
E o contemplado, eleito produto que não podia esperar para amanhã e que faria qualquer pessoa correr estrada fora ... tcharam ... tcharam... dois pacotes de leite. Está certo que agora dizem que o leite faz mal e tal, que deve ser evitado (eu própria já não bebo leite há umas semanas), mas ainda não é completamente mal visto. Ser viciada em leite ainda não parece tão mau como ser viciada em chocolate. Pode ser bebido de noite, quando o sono não chega, ou de manhã, com o café (e eu que nem bebo café, mas isso agora não interessa nada). Além de que estamos nos Açores e o que aqui nao falta é leite (sim, e vacas, mas dito assim parece mal).
Então, peguei no leite e dirige-me ao caixa, sem o chocolate. Enquanto o senhor passava o código de barras, olhei em frente e, FINALMENTE, peguei no chocolate e saiu-me isto: - "Já agora também levar este chocolatinho" (ja agora, atenção, já agora). E pronto, paguei a conta e vim para casa devorar o chocolate. Depois de só restar papel comecei a sentir-me mal, não da barriga, o que até não teria sido mau de todo, pois podia fazer com que deixasse de comer tantos chocolates, mas por consciencializar-me do ponto que chegou este meu vício/dependência. Grave, meus amigos, muito grave.
Dizem os entendidos que o primeiro passo para a cura é reconhecer que se tem um problema. Ok, reconheço, sou dependente de chocolate, next. Pronto, faltam os passos seguintes, mas vou fazer um esforço, prometo que vou, apesar de já estar para aqui a salivar.
São da Mango, que este ano tem botins muito giros. Para já, conquistaram-me o coração. Espero que me conquistem também os pés. Uma promoçaozinha é que vinha a calhar. =^.^=
Nada do sono aparecer. É muito raro isso me acontecer, mas hoje estou assim, acordada, acordadíssima. Não sei se devido ao dia que passou, à quantidade industrial de comida que enfardei no jantar de anos de um amigo, ou se estou preocupada com o dia que aí vem. Não sei, mas também não me apetece grandes análises, se for por aí é que não durmo mesmo. Já li blogs, já vi sites de roupa, já ouvi um podcast, já contei caneiros... Mentira, não contei carneiros. Aliás, sempre me irritou isso de contar carneiros. Sempre achei que era uma forma, que os pais consideravam mais pedagógica, de obrigar os filhos a ir para a cama, antes de lhes mandarem com uns bons berros, ou umas palmadas. Em minha casa geralmente era assim:
Mãe: Está na hora de ir para a cama
Eu (versão mini): Ainda é cedo, só mais um bocadinho
Mãe: Não, já é tarde e amanhã para acordares é que são elas
Eu (versão mini): Mas não tenho sono
E aqui entrava a frase chave
Mãe (muito irritada): Então conta carneiros
Um dia perguntei-lhe como se fazia isso, ao que ela respondeu: Imagina um prado verde, com uma cerca, e os carneirinhos a saltarem a cerca, um de cada vez, e vais contando. Só por aí começou a confusão, imagino carneiros reais ou carneiros dos desenhos animados? E porque é que só salta um de cada vez? E não há pessoas por perto, casas, ou outros animais? E porque também não os conto? Escusado será dizer que ia sempre com o rabo quente para a cama. E foi assim que fiquei com uma certa aversão a carneirinhos a pular cercas.