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Sempre que, numa festa (acabei de chegar de uma festa de aniversário), vejo duas pessoas pousarem os seus copos muito juntinhos, fico de olho neles (nos copos!).
Há muitos, muitos anos, andava eu no secundário (esta parte é só para reforçar que foi mesmo há muitos, muitos anos), fui à festa de Natal do trabalho do meu pai. Muitas pessoas, miúdos e graúdos, músicas natalícias (e outras menos natalícias, nunca percebi porque aparecia sempre uma fadista), um Pai Natal que distribuía presentes pelas crianças, muita comida e muita bebida, logo muitos copos. Eu estava a sumo (queria receber presentes de Natal, não era altura de me armar em rebelde), enchi o copo e bebi um gole. Mais uns rissóis, mais um gole, volto a encher o copo e de novo aos salgadinhos. Qual leitão, qual bacalhau, pato ou perú, o que eu adorava era empanturrar-me em rissóis e croquetes, pensando bem, nisso não mudei, mudei foi na área que ocupo, mas isso agora não interessa nada. E eis que, ao tentar pegar novamente no meu copo, ele já não se encontra em cima da mesa, mas na boca de uma senhora que, pelos vistos, esteve grande parte da festa a beber do mesmo copo que eu. Não conhecia a senhora, apeteceu-me vomitar. Fui daquelas crianças (e adolescentes, e jovens...) que, mesmo que conhecesse a senhora, me apeteceria vomitar, não bebia do copo de ninguém, nem dos meus pais. Em adulta, só se for meeeeeeeesmo necessário o que, felizmente, não tem acontecido.
Nunca percebi se a mulher pensava que alguém estava encarregado de lhe encher o copo, ou se, simplesmente, era adepta da partilha. Desde então, sempre que vou a uma festa, não desgrudo do meu copo.
Hoje foi assim, éramos muitos... logo, copinho na mão.