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Cresci perto da América e quando digo perto não me refiro somente à geografia. Açoriano que é açoriano tem família na América e com certeza em alguma altura da vida terá recebido um barril dos States.
Os barris que chegaram a minha casa, com um cheiro característico a que chamávamos "cheirinho a América", para além de chocolates, pastilhas elásticas (ou gamas, como dizemos cá nos Açores), utensílios de cozinha (nunca mais vi máquinas de fazer panquecas nem farinha para panquecas como as daquela altura), toalhas, Barbies, calças levi's, botas all star, também costumavam trazer canecas e canetas com a bandeira dos EUA que, segundo os meus familiares, eram recordação do 4th of July daquele ano. E como eu gostava do 4th of July... não que naquela altura percebesse alguma coisa da independência dos Estados Unidos, mas porque naquela noite havia um "grandioso" baile na minha cidade, a que chamavam precisamente o "4th July". A primeira vez que lá fui foi com os meus pais e era mesmo muito miúda, acho que ainda nem andava na escola primária, mas lembro-me de ficar encantada com as músicas, as luzes, as pessoas (de todas as idades, apesar do adiantado da hora) a dançar, e pensar que queria lá ir todos os anos. E assim foi, enquanto vivi na ilha do Faial, na noite de 4 de Julho estava sempre no Baile "4th July". A última vez terá sido há uns vinte anos, mas nesta data recordo sempre aquele baile.
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