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também há gatos. Em pinturas, claro.
Aqui está um dos locais que mais gosto na ilha, basicamente uma grande galeria de arte ao ar livre. Não é preciso comprar bilhete, é só caminhar e contemplar as belas pinturas.
Todos os anos, iatistas de todo o mundo cruzam o atlântico e param cá na ilha, deixando pinturas nos muros e no chão. Diz que os marinheiros que não o fizerem não chegarão ao destino. Não sei se será mesmo assim, mas se eu fosse marinheira, antes de partir deixava lá qualquer coisita, nem que fosse uns rabiscos. Nessas coisas, nunca fiando...
A marina foi inaugurada em 1986 e para mim, que nasci e morei cá durante anos, é um sítio muito especial. Havia sempre motivos para ir passear para a marina, de dia e de noite. Aliás, as minhas primeiras saídas à noite com amigos foram no bar da marina e depois ficávamos até altas horas (ou melhor, as horas que os pais permitissem) a conversar lá no muro, rodeados de pinturas. Namorar também era na marina. Até cheguei a ter aulas de Francês, Inglês, EVT e Educação Física na marina. Em Francês e Inglês os professores mandavam-nos procurar pinturas e barcos franceses e ingleses, em EVT tínhamos que desenhar em papel uma réplica de qualquer pintura que a professora escolhesse e em Educação Física corríamos marina fora, era uma animação.
Passaram tantos anos e passear pela marina ainda é uma animação. Hoje foi assim e até encontrei um gatinho (para não variar ).
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Tivesse a senhora do gatinho mini, ou seja, eu em miúda, visto esta versão do quadro e teria-me poupado a um grande raspanete. É que em casa da minha avó, como em quase todas as casas nos anos 80, para além de um quadro do menino da lágrima, um galo do tempo e uma mesinha com naperon, havia uma Mona Lisa pendurada na parede. Eu, que sempre gostei de acessórios e cor, achava aquela senhora muito triste e desengraçada, pelo que não tive com meias medidas: desenhei-lhe uns "lindos" anéis nos dedos. A minha avó ainda chegou a tempo de evitar o colar. Se naquela altura tivesse visto o gato, certamente teria achado a senhora muito mais feliz e não me tinha dado para designer de jóias.
Felizmente o origial estava a salvo no Louvre.
(imagem surrupiada da net)
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O Xiquinho (gato que conheci há pouco mais de uma semana, em casa dos meus pais) não me larga. Assim que me sento, lá vem ele para o meu colo, todo fofinho a ronronar. O mais engraçado é que até agora só o fazia com a minha mãe (que o tirou da rua em péssimo estado, transformando-lhe num pequeno lord inglês (neste caso açoriano) - com uma caminha XPTO, ração de boa qualidade, acesso a toda a casa, passeios pelo quintal quando está sol, mas não demasiado sol, etc., etc.) e, muiiiiito esporadicamente, com o meu irmão nº1, que já lhe trouxe uns brinquedos (o meu irmão nº 2 não mora cá na ilha, por isso ainda não sabemos qual será a reacção). Quanto às restantes pessoas da família e amigos que passam frequentemente cá por casa e quem, supostamente, o gato já conhece, foge a sete pés.
Intrigado, o meu irmão nº1 acha que eu tenho um segredo qualquer para "encantar" as pequenas feras (é que não é a primeira vez que isto acontece).
Pois bem, para além do meu charme natural, a única coisa que fiz ao gato foi dizer-lhe "Olá xiquinho" e, depois de ter fugido a primeira vez, passou a vir para o meu colo de livre e espontânea vontade. Não fiz mais nada, juro. A hipótese que vejo é eu já ter sido gato (noutra encarnação, diga-se) e termos para aqui uma ligação qualquer que ele capta através do seu catdar.
Costuma ficar assim, parado no meu colo, a ronronar e a olhar para mim.
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Muito folar, muito ovo de chocolate e muita amêndoa
Não é nenhum dos meus gatos, os meus nunca gostaram de acessórios.
(Imagem surrupiada da net)
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Xiquinho fugiu à minha chegada, aproximou-se a primeira vez enquanto eu dormia e assim que acordei e tentei fazer-lhe uma festinha, voltou a fugir. Passaram dois dias e já estamos assim, os melhores amigos, com direito a sonecas no meu colo. Se a minha profissão continuar a não dar, quem sabe se ainda me torno encantadora de gatos?
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Na casa dos meus pais também há gatos. Poderia dizer "quem sai aos seus...", mas neste caso foi um filme quando trouxe o primeiro (com direito a choro e drama - "se o gato não pode ficar em casa, eu também não fico nesta casa") e um filme ainda maior quando trouxe a segunda (é melhor nem descrever).
Passados 14 anos, há um novo gato cá em casa e desta vez não fui eu quem o trouxe. A minha mãe encontrou-o na rua, em muito mau estado, e decidiu adoptá-lo. O meu pai concordou e tratam o gato como um pequeno príncipe - "agora ele não pode ir ao quintal porque está frio", "agora vai um bocadinho ao quintal apanhar sol"...
Há coisas que mudam MESMO! E hoje acordei com o Xiquinho assim, a olhar para mim, e com cara de "quem é esta que apareceu aqui em minha casa?"
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