A senhora do gatinho

Todos os anos é a mesma coisa, prolongo o mais possível a estadia da árvore de Natal em minha casa. No ano passado foi mesmo quaaaaaase até ao Carnaval. Chegou ao ponto de uma amiga, irritadinha, dizer: "Precisas de ajuda para arrumar a árvore, é que já não a posso ver". Doeu, não gosto que falem assim da MINHA árvore.

Por sua vez, a minha mãe (bem mais cuidadosa perante esta minha perturbação dificuldade) enviou-me pelo correio uma conta da Pandora em forma de árvore de Natal, com um bilhetinho: "Esta é mais pequena, podes andar todo o ano com ela no pulso". Adorei, uso muitas vezes mas... não é a mesma coisa.

Admiro (mesmo!) aquelas pessoas que ainda mal acabou o Natal já estão em modo Dia de Amigas, Dia de Amigos... (tradições Açorianas que falarei noutra altura), Carnaval e depois Páscoa e por aí fora. Em casa dos meus pais, mal termina o dia de reis, zumba, árvore arrumada e ausência de qualquer vestígio natalício (pronto, uns quilinhos a mais, talvez) sem qualquer nostalgia. 

Mas ontem à noite, quando levava o lixo para a reciclagem, reparei que em todos os prédios à minha volta havia andares com luzinhas a piscar nas árvores de Natal. Ontem, 15 de Janeiro! Fiquei feliz, muito feliz. É bom saber que não estou sozinha. Podíamo-nos juntar e formar um grupo de entreajuda do género: pessoas que não se conseguem separar da árvore de Natal.  Era fixe, não era?